Nesta semana, o prefeito de Pará de Minas – Elias Diniz – convocou a imprensa local para a apresentação do novo projeto que pretende implantar em Pará de Minas: o “Cidade Digital”, do qual faz parte o “Olho Vivo”. A implantação do programa de videomonitoramento é um sonho almejado pelos diretores da Associação Empresarial de Pará de Minas desde a gestão anterior, presidida pelo empresário Carlos Henrique de Souza. As ações para tornar o projeto uma realidade no município foram ganhando forma através do apoio de diversas instituições e da Polícia Militar. Na época, Carlos Henrique se reuniu com empresários, representantes de classe e com o prefeito em exercício, sendo que foram acordadas as ações a serem tomadas para melhorar a segurança pública do município.
A partir das reuniões, foi desenvolvido um projeto, que foi apresentado ao então prefeito eleito, Elias Diniz, como explica o próprio Carlos Henrique: “Sabíamos que, se dependêssemos exclusivamente do Poder Público, esse programa não se viabilizaria. Em decorrência disso, procuramos conhecer exemplos de iniciativa público privada nos quais pudéssemos nos espelhar. Com o projeto elaborado em mãos, tivemos a participação da Polícia Militar, que se comprometeu em ceder o espaço no batalhão para que implantássemos a sala de videomonitoramento. Já a prefeitura ficaria responsável pela manutenção total do sistema: custeando internet e energia elétrica, bem como cedendo colaboradores para operar o sistema, sob a supervisão da polícia. Essa proposta permanece de pé.”
Mesmo com a mudança na diretoria da Ascipam, Carlos Henrique de Souza continuou à frente da iniciativa. Ele afirma que o prefeito Elias Diniz entendeu que era necessário desenvolver um projeto com escopo mais amplo: a “Cidade Digital”, na qual o “Olho Vivo” está inserido. No entanto, a proposta de participação da associação continuou a mesma, assim como as responsabilidades de cada uma das outras entidades envolvidas. Todavia, durante seu pronunciamento, o prefeito enfatizou que a Ascipam assumiu o compromisso de investir R$800 mil na Cidade Digital, cujo custo estimado é de R$16 milhões.
“Nunca assumimos os R$800 mil. Durante minha gestão, aprovamos um valor correspondente a dois pontos, que resultaria num investimento de R$23 mil para cada um deles. Em relação ao restante, seria feito um trabalho da Ascipam junto aos empresários, no sentido de arrecadar fundos. E esse compromisso é o que mantemos até hoje. Nossa decisão foi que no momento em que tudo estivesse pronto, aprovado e as verbas estivessem alocadas e asseguradas, tudo fosse nos passado. Estamos trabalhando no Olho Vivo há quase quatro anos. É um projeto importante, que já foi implantado em diversas cidades da região. Como Pará de Minas está desprotegida, queremos conversar com o prefeito e retomar as conversas para dar um ponto final ao assunto.”, explicou Carlos Henrique.
O presidente da Ascipam, Misael Almeida, afirmou que se surpreendeu com o pronunciamento de Elias Diniz e que esperava que as entidades envolvidas fossem convidadas para a apresentação do projeto, de modo que pudessem dar seu posicionamento quanto ao assunto: “Particularmente, me assustei quando vi, na mídia, a forma como foi colocada, inclusive com o fato de que o custo do projeto pode chegar a R$16 milhões. Fiquei insatisfeito por uma reunião deste porte não ter a participação da Ascipam, do CDL e da Polícia Militar, que vem trabalhando há anos para que o Olho Vivo se torne realidade. Sabemos que ele é necessário na nossa cidade, uma vez que o comércio, a população e até mesmo a Polícia Militar necessitam desse apoio. Estivemos em todas as reuniões em que foi apresentada a Cidade Digital, mas não prometemos a verba de R$800 mil. Prometemos ser parceiros, como já somos, da prefeitura em todos os projetos que nos apresentam. Porém, temos que trabalhar com os pés no chão. Espero que o Elias nos chame para rever estes números, que são altíssimos. Nesse momento atual, os empresários não dão conta.”
Também insatisfeito com as declarações, Evander Costa, vice-presidente da Ascipam, ressalta que o empresário Carlos Henrique de Souza tem se empenhado bastante para a implantação do Olho Vivo na cidade. Evander afirmou, também, que é de conhecimento público o engajamento da Ascipam e demais instituições com a segurança pública municipal: “Já estamos investindo na reforma de diversas viaturas pela iniciativa privada, a CDL está organizando o evento ‘Show de Cidadania’, com o intuito de arrecadar fundos para a Polícia Militar, e a Ascipam está apoiando. Temos uma parceria muito grande com a Prefeitura para o fortalecimento da área de segurança pública. Infelizmente, foi uma surpresa não grata a coletiva do prefeito, da qual as instituições parcerias não foram convidadas e durante a qual foram apresentados esses números que, até então, desconhecíamos. Continuamos dispostos a ajudar com a segurança. Não existe, todavia, o compromisso citado.”
Nilton Ferreira, presidente da Câmara dos Diretores Lojistas (CDL), reafirma a parceria com os órgãos públicos e com a Ascipam, destacando que a CDL está pronta para auxiliar o município no sentido de que o Olho Vivo seja implantado na cidade: “Nessa questão, Pará de Minas está atrasada, visto que outras cidades já tem o projeto funcionando muito bem. É necessário que tenhamos o bom senso de sentar, conversar e resolver. Temos que nos unir para desenvolver o bem e ajudar toda a cidade. Precisamos de uma maior participação dos vereadores e da Câmara Municipal, para que possam investir também. Afinal, o Olho Vivo é um projeto que vai beneficiar todos nós.”