Uma boa gestão de empresas passa, necessariamente, por um bom planejamento. Para um bom planejamento são necessárias informações consistentes. Para se ter um bom sistema de informações gerenciais a tecnologia é ferramenta indispensável.
A experiência tem mostrado que a gestão dos negócios, especialmente nas pequenas e médias empresas, tem sido baseada no filling do empresário, que pouco se preocupa com o uso da informação estruturada e da tecnologia a seu favor, no sentido de exercitar a tomada da melhor decisão, com base em informações especialmente preparadas de acordo com as boas técnicas apregoadas pela ciência administrativa.
O ambiente de alta competitividade, com a concorrência cada vez mais acirrada, coloca sobre a mesa dos negócios um grande desafio, caracterizado como desafios da gestão empresarial.
O mercado cada vez mais competitivo e exigente coloca as empresas diante da necessidade de, cotidianamente, adotarem medidas e ações que busquem a melhoria do atendimento, a melhor qualidade dos produtos e serviços, logística eficiente, foco no cliente, além de, obviamente, preços competitivos.
Por outro lado, as exigências legais aumentam a cada dia e, por consequência, também aumenta o nível de controle pelos respectivos órgãos reguladores.
Para dar respostas a essas questões, as empresas precisam de um bom planejamento e sua execução exige tomada de decisão em tempo recorde e com qualidade, relativamente as suas ações em todas as áreas relacionadas ao seu negócio.
Para tanto, como dito, duas variáveis são imprescindíveis: informação e tecnologia.
Sob a ótica da informação e da tecnologia, a discussão de hoje centra-se no uso da de tais instrumentos na gestão financeira, administrativa e fiscal das empresas. Notadamente nos reflexos fiscais e contábeis.
Nesse sentido, uma gestão financeira, administrativa e fiscal/tributária eficiente é indispensável para o sucesso do negócio.
A tomada de decisões rápidas e eficientes, quanto aos aspectos de gestão financeira, de custos e fiscal/tributárias, dependem do nível de informações que sejam colocadas à disposição dos gestores, o que por consequência depende do ambiente tecnológico utilizado.
Por isso, a tecnologia é imprescindível para o tratamento adequado que se deva dar às informações, para que possam subsidiar a gestão dos tributos e o cumprimento das obrigações fiscais, tema objeto dos comentários de hoje nesta coluna.
Nesse contexto, a Contabilidade deve ser vista pelas empresas não apenas como sistema de controle do patrimônio, em que se mede apenas o desempenho das ações pretéritas, mas, principalmente, que seja uma fonte segura de geração de informações de forma consistente, que possam contribuir para que os gestores tomem boas decisões para o futuro.
Como hoje é exercida, em boa medida, serve apenas para o precário controle do Patrimônio das empresas e para o cálculo dos tributos devidos, sem, no entanto, e longe disso, servir como fonte de informações que possam subsidiar os administradores na gestão financeira, administrativa, de custos, fiscais/tributários e, porque não, operacionais.
Quanto aos aspectos fiscais, é recomendável que haja uma preocupação maior, principalmente pelo peso da carga tributária nos custos operacionais, e do conjunto de obrigações acessórias a que as empresas estão submetidas.
Uma boa gestão dos tributos pelas empresas contribui, com certeza, para a redução legal da carga tributária e para o cumprimento das obrigações diminuindo a vulnerabilidade perante o controle exercido pelo Fisco.
A empresa está enquadrada no melhor regime tributário? Há algum Regime Especial concedido pelo Estado, que favorece uma menor carga tributária? Os controles internos permitem o acompanhamento do cumprimento das obrigações fiscais e tributárias? Estas são algumas perguntas, dentre tantas outras, que merecem resposta, numa administração tecnicamente profissional.
Noutro giro, a administração tributária exercida pelos órgãos estatais, por sua vez, utiliza, nos tempos atuais, e cada vez mais, a tecnologia como instrumento de controle fiscal das empresas, o que exige delas também a utilização da tecnologia para poder cumprir com as obrigações legais previstas.
A tecnologia que pode auxiliar as empresas na gestão dos negócios, é a mesma que o Fisco utiliza para controla-las.
O estudo do detalhamento das possibilidades legais de que dispõe o Fisco para controlar as empresas demonstra que não há espaço para amadorismo na gestão tributária. Não basta apenas se preocupar em fornecer as informações exigidas pela legislação, é preciso se preocupar também com a qualidade dessas informações.
O controle fiscal, que antes era feito apenas com a presença física do Auditor Fiscal, agora, com o uso da tecnologia, tornou-se muito mais rápido e eficiente.
Equipamentos de alta performance, inteligência artificial, cruzamento de informações, internas e externas ao contribuinte, são elementos largamente utilizados atualmente pelo Fisco o que, por consequência, aumenta substancialmente as possibilidades de identificação de desvios e de práticas legalmente proibidas em relação aos contribuintes dos diversos tributos devidos.
Nesse sentido, as informações fiscais/tributárias devem ser objeto de preocupações constantes.
A Contabilidade, nos seus diversos aspectos, bem como o uso de tecnologia adequada são indispensáveis no exercício da gestão empresarial, notadamente na gestão dos tributos.
É bom se preparar.
José Luiz Ricardo
Consultoria Fiscal/Contábil da ASCIPAM