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Setembro | 2015

Jornal da Ascipam

www.ascipam.com.br

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Massacre tributário contraoempresariado:

atéquandoa forçaprodutiva vai suportar?

“Supérfluos”: comoassim?

Ascipamsemobilizouemfavor da classe,mas a fomedogoverno foimaior

Presidente daAscipam , Carlos Henrique de Souza

Indignação. Esse é o sentimento

que toma conta dos comerciantes e

industriaismineiros emrelaçãoàLei

2.817, votada pela Assembleia Le-

gislativa de Minas Gerais, no último

dia 30 de setembro, e sancionada

pelo governador Fernando Pimen-

tel 48 horas depois. Os efeitos da

nova lei serão sentidos no bolso do

consumidor a partir de janeiro de

2016, com o aumento da alíquota

do ICMS sobre diversos produtos.

A Ascipam fez diversas mobiliza-

ções na tentativa de sensibilizar os

deputados a rejeitarem a proposta,

mas oprojeto foi aprovadonos dois

turnos em meio a muitas discus-

sões e polêmicas entre as bancadas

governista e de oposição. Diversas

entidades de representação do

empresariado mineiro também

repudiaram a medida e da mesma

forma estão insatisfeitas coma pos-

tura do governo estadual em forçar

o aumento da receita, através da

elevação da carga tributária que já

é alta demais emMinas Gerais.

Em Carta Aberta encaminhada à

Assembleia Legislativa o presiden-

te da Ascipam, Carlos Henrique de

Souza, argumentou que “a propos-

ta é frontalmente contrária aos in-

teresses do comércio e da indústria,

principalmente nesse momento

tãocríticopara a economia”. Aocitar

o risco do desemprego em grande

escala ede forma acelerada, ele afir-

mou que a nova tributação sufoca-

rá lojistas e trabalhadores.

O presidente do Sindicato do Co-

mércio Varejista de Pará de Minas

(Sindicomércio), Evander Costa,

concorda com ele e também não

poupa críticas ao governo, dizen-

do que o novo aumento do ICMS

é mais uma atitude de desespero

e não conseguirá resolver o proble-

ma do déficit financeiro.“Isso é falta

de compromisso com todos nós.

Estamos cansados deouvir sobreos

cortes de investimentos e aumento

de tributos, quando o correto seria

o corte de despesas dos órgãos pú-

blicos”, concluiu.

Também muito inquieto está

Fausto Conceição Abreu, que re-

presenta os trabalhadores do varejo.

Como presidente do Sindicato dos

Comerciários de Pará de Minas ele

acompanha mais diretamente as

oscilações dos postos de trabalho e

não esconde a preocupação com o

riscodenovasdemissões.“Vejabem,

a incidência do aumento das novas

alíquotas de Icms vai coincidir com

um período que geralmente já é de

baixasvendase,aindaporcima,com

a época das negociações salariais da

categoriacujadata-baseéoiníciodo

ano. Isso nos deixa de cabeça quen-

te, desde já”, declarou.

SACRIFÍCIO SEM RETORNO –

A

prova do descompasso entre a ne-

cessidadedemedidasmaisacertivas

e o que foi anunciado está na con-

firmação que o governo de Minas,

que já vai fechar 2015 no vermelho,

prevê também para 2016 outro dé-

ficit nas contas, mesmo levando em

consideração a nova carga tributária

quepassará a ser cobrada.

Mas o problema não termina aí

porque se o governo federal conse-

Além da frustração com o aumento

da alíquota do ICMS, muitas categorias

varejistas têm questionado a justifica-

tiva do governo estadual em aumen-

tar o ICMS de produtos considerados

“supérfluos”. Pode-se até aplicar esta

expressão sobre bebidas alcoólicas,

refrigerantes e cigarros, mas o termo

é totalmente impróprio para a maioria

dos itens listados. Como, por exem-

plo, alguém pode afirmar que, hoje

em dia, os serviços de comunicação

são dispensáveis? Seja na vida pesso-

al e, principalmente, nas atividades

profissionais, nenhuma empresa mais

sobrevive sem os serviços de comuni-

cação compreendidos como telefonia

e internet.

Outra impropriedade do pacote está

na inclusão do serviço de energia elétri-

ca para consumidores comerciais. A alí-

quota será elevada em 7% aumentando

os custos de produção. Motivos para

manifestações de protesto não faltam:

Como ca a nova alíquota do ICMS

emMinas Gerais para 2016

Produtos / Serviços

Bebidas alcoólicas

(exceto cerveja, chope e cachaça)

27%

20%

25% a 32%

25% a 32%

18%

18%

27%

12%

14%

27%

18%

20%

18%

27%

25%

27%

18%

25%

Cerveja e chope

Cachaça

Cigarros

Armas

Telefones celulares

Refrigerantes

Ração tipo pet

Alimentos para atletas

Câmeras fotográ cas e de vídeo

Equipamentos para pesca esportiva

Água-de-colônia

Perfumesecosméticos

(excetoxampu,sabonetee ltrosolar)

Serviçosdecomunicaçãocomotelefonia,internete

TVporassinatura

Energiaelétricaparaconsumidorescomerciais(exceto

igrejas,entidadesbene centesehospitais)

Essasnovasalíquotasestarãoemvigorde1ºdejaneirode2016a31dedezembrode2019.Ogoverno

anunciaquevaiutilizarpartedosrecursosadvindosdatributaçãonoFundodeErradicaçãodaMiséria,

quegaranteocusteiodeprogramassociaisemMinasGerais.

Aparelhos de som e vídeo para uso automotivo

Alíquota

Atual

Nova

Alíquota

“Agora os alimen-

tos para atletas pas-

saram a ser vistos

como supérfluos

“Considerar rações

pet coisa supérflua

é uma afronta para

os veterinários que

“Estou horrorizada

com as medidas. Os

tempos estão difíceis

para todos os seg-

“Sem energia elétri-

ca não tocamos nos-

so negócio. O desafio

agora será manter os

guir emplacar a volta da CPMF exis-

tem grandes chances dela retornar

em dose dupla. A ideia está sendo

defendida pelo novo ministro da

Saúde, o deputado federal e médi-

co Marcelo Castro. Esperava-se que

o primeiro pronunciamento dele

fosse direcionado à saúde pública

do país, no entanto, o ministro foi

contundente em sua declaração:

“Nossa proposta é continuar com a

mesma alíquota de 0,20% e arreca-

dar o dobro, cobrando no débito e

no crédito”. Onovodirigenteda Saú-

depropõeque tantoaUniãoquanto

os estados emunicípios recebamos

recursos daCPMF.

Didático, explicou sua proposta:

“João dá um cheque a Pedro de

R$1.000. Como 0,20% correspon-

dem a R$2 então sairão da conta de

João R$1002 (R$1000 do cheque

e R$2 da CPMF). João continua pa-

gando R$2 e Pedro, que não pagava

nada, passa a pagar R$2. Ninguém

vai se incomodar porque a alíquota

continuará baixa e o governo arre-

cadará o dobro”, concluiu o novo

ministro.

Por:Myrtes

Pereira

AssessoradeComunicação

daAscipam

para bancar o

novo rombonas

contas públicas.

É triste ver que

quando

falta

dinheiro para o

governo, oposi-

ção e situação

sempre dão um

jeito de ficar

juntos contra o

povo”.

Fernandode

SouzaPeixoto

(Viver e Saúde)

lutam pela boa

alimentação dos

animais. Pagamos

caro demais pelo

desgoverno. Men-

tiras por todo lado,

sempre para au-

mentar imposto.

Ninguém aguenta

mais”.

Caio Márcio

Faria de Oliveira

(Bicho do Mato)

mentoseaelevação

da carga tributária

a partir de janeiro

sóvaidificultaraso-

brevivência de nos-

sas empresas. Será

queaindatemosluz

nofimdo túnel?”

FláviaTeixeira

deCarvalhoe

Fonseca

(L’áquadi Fiori)

fornos ligados,

com

alíquota

aumentando de

18% para 25%.

O consumidor

não dá conta

de assumir esse

repasse,

man-

damos a conta

para quem? É

umabsurdo!”

Edna

Guimarães

(Pães e Fadas)