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Dezembro 2014

Jornal da Ascipam

www.ascipam.com.br

2

Opinião

Eduardo de Almeida Leite

H

á dois anos tínhamos

apenas duas certezas:

precisávamos fazer mais

para o associado e com ummenor

custo mas, para isso, tínhamos

que conhecer melhor suas neces-

sidades e suas opiniões. Para tan-

to, contratamos uma pesquisa de

opinião, cujo resultado norteou

grande parte de nossas ações.

Todas as campanhas, promo-

ções e eventos foram mantidos,

assim como os produtos e servi-

ços que oferecíamos, mas fizemos

algumas mudanças visando a um

melhor aproveitamento dos recur-

sos financeiros da entidade e um

melhor resultado para o associado.

A Semana Empresarial mudou

de formato e incluiu uma peça

de Teatro Empresarial, clínicas e

workshops durante toda a sema-

na e, paralelamente, criamos e

realizamos o Seminário Rural, em

parceria com os principais Sindica-

tos e Cooperativas do agronegócio

de Pará de Minas. E mais, em 2014

foi tudo gratuito para os nossos

associados e seus colaboradores.

A eleição do Empresário do Ano

passou a ser toda digital e on-line,

eliminando as ultrapassadas cédu-

las de papel, e passamos a aceitar

também o voto popular. A escolha

da empresa a receber o prêmio de

“Sustentabilidade Empresarial”

também passou a ser feita por

voto e criamos mais três premia-

ções, os “Destaques dos Centros

Comerciais”.

A iluminação e decoração nata-

linas, realizada em parceria com

a Prefeitura, o que antes era rea-

lizado em forma de aluguel por

empresas de fora, passaram a ser

realizadas por meio da compra do

material e a execução dos serviços

preferencialmente por empresas

paraenses. Assim, aproveitando

o que foi usado no ano anterior e

acrescentando novas compras, te-

remos, a cada ano, uma decoração

mais bonita e envolvente.

A promoção de Natal em 2014

teve ampla aceitação dos lojistas

e dos consumidores, com a dis-

tribuição recorde de aproximada-

mente 900 mil cupons somente

no Natal.

A Rodada de negócios se tornou

regional e entrou para o calendá-

rio anual da Ascipam, a cada ano

com uma participação maior de

empresas “âncoras” e “ofertan-

tes”.

Na área de cursos e palestras,

trouxemos novos cursos e criamos

o “Circuito do Conhecimento” com

palestras gratuitas para os empre-

sários e colaboradores das empre-

sas e criamos um grupo de discus-

são dos contadores, com reuniões

mensais na Ascipam, coordenadas

pelo nosso assessor contábil e fis-

cal.

Para dar mais apoio aos lojistas,

apoiamos a criação e a instalação

do Sindicato Patronal do Comércio

em Pará de Minas, reformamos

as placas dos Centros Comerciais,

solicitamos e patrocinamos a ins-

talação das placas de advertên-

cia aos vendedores ambulantes,

apoiamos diversas ações nos cen-

tros comerciais, e estamos traba-

lhando em conjunto com o Sebrae

e a Prefeitura para a implantação

do projeto de revitalização da rua

Benedito Valadares, que já está em

andamento.

Convictos da necessidade de

expansão de nosso parque indus-

trial, estamos apoiando o Grupo

Moveleiro de Pará de Minas, com

o objetivo de criar aqui um Polo

Moveleiro.

Com o objetivo de dar ummaior

apoio aos nossos associados, cria-

mos o Departamento de Negócios,

implantamos a Certificação Digi-

tal Certsign e nos tornamos cor-

respondente bancário do BDMG,

cujo desempenho nos garantiu o

prêmio de 2ª associação que mais

aprovou financiamentos do banco

em todo o estado de Minas Gerais.

Ainda, fornecemos a eles gratui-

tamente o excedente de água do

poço artesiano do clube SESI/Asci-

pam, durante a crise de abasteci-

mento que passamos em Pará de

Minas em 2014. E, por falar no clu-

be SESI/Ascipam, com a parceria

da FIEMG, construímos uma nova

portaria, instalamos nova catraca

e software de gestão, reformamos

a piscina e ampliamos a academia.

Nestes dois anos, formalizamos

dezenas de novos convênios, o

último deles com a Prontomed, o

que nos possibilitou oferecermos

mais um importante produto aos

nossos associados e colaborado-

res.

O Cartão Ascipam também re-

cebeu uma atenção especial, e

com a firme atuação do nosso

departamento de negócios, uma

ampla campanha publicitária e

promoções criativas, obtivemos

um crescimento de 55% em seu

faturamento. Hoje são quase 250

empresas conveniadas, 280 lojas

credenciadas e mais de 4500 usu-

ários com cartões ativos.

Conscientes de nossa respon-

sabilidade social, realizamos, em

parceria com o Patronato, um pro-

jeto inovador para formação de

costureiras, com as mães dos alu-

nos do programa socioeducativo

do Patronato.

Dando continuidade a um pro-

jeto idealizado e criado na gestão

anterior, em comemoração dos

50 anos da entidade, lançamos o

livro “Ascipam 50 Anos, 50 Fatos”,

que conta um pouco da história

da Ascipam neste meio século de

existência, e cujos exemplares ou

cópias digitais estão disponíveis

para todos os associados.

Para gerenciar tudo isso e nos

possibilitar ummelhor controle fi-

nanceiro e um planejamento mais

eficaz, adquirimos e implantamos

um completo sistema (software)

de gestão.

Com tudo isso, ainda consegui-

mos obter o maior superávit fi-

nanceiro da história da Ascipam,

resultado de um trabalho sério na

gestão dos recursos financeiros

disponíveis e na gestão eficiente

de todos os eventos e ações da

Ascipam nestes dois anos, que

proporcionará à próxima Direto-

ria condições para a realização de

mais ações e grandes projetos.

Contudo, precisamos destacar,

que a dedicação e o comprometi-

mento dos nossos colaboradores,

o apoio incondicional da Diretoria,

a confiança e a participação dos

nossos associados e o apoio dos

nossos parceiros e patrocinadores,

foram fundamentais para a reali-

zação de cada uma das ações des-

tacadas acima e a obtenção dos

resultados alcançados.

Portanto, a todos vocês, muito

obrigado!

Eduardo de Almeida Leite

Presidente

O associado em primeiro lugar!

Jornal da Ascipam

é uma publicação da

Associação Empresarial de

Pará de Minas

Ano XX - Número 232

Dezembro 2014

Presidente

Eduardo de Almeida Leite

Vice-Presidente

Sandra Araújo

Diretor Administrativo

Luiz Carlos Lopes da Silva

Diretor Financeiro

Sérgio Raimundo Marinho

Diretor de Produtos e

Serviços

Evander Costa

Diretor Comercial/ Expansão

José Fernandes Guimarães

Diretor de Eventos e

Comunicação

Paulo Augusto Teixeira Duarte

Diretor Social e Comunitário

Haroldo Mendes Faria Pinto

Diretoria Assistente

Ralph Luiz Perrupato

Mário Augusto Silveira Pinhão

Guilherme Cassine Júnior

Carlos Henrique de Souza

José Misael de Almeida

Cláudio Márcio de Moura Cabral

Conselho Fiscal Efetivo

Evandro de Oliveira Silva

Carlos Antônio Barroca

Ronaldo Pinto Coelho Mendes

Suplentes Conselho Fiscal

Eugênio Pacelli Moraes

Milton Henriques Guimarães

Diagramação

Publique

producao@publiqueweb.com.br

(37) 3231-3400

Redação

Ascipam

Rua Francisco Sales, 148

Centro - Pará de Minas -MG

Fone (37) 3232-9800

www.ascipam.com.br ascipam@ascipam.com.br jornalascipam@ascipam.com.br

Impressão

Gráfica Ideal

Fone (37) 3231-2667

As matérias assinadas são de

inteira responsabilidade de

seus autores.

Expediente

Ascipam

Canto de Página

Pedro Moreira

M

eu avô paterno, Jacin-

to Francisco de Men-

donça, foi proprietário

de umas terras localizadas em Go-

mes, ali pelos lados do povoado de

Matinha. Auxiliado por dois filhos

e alguns empregados, ia tocan-

do, a meio de muito trabalho, as

rotineiras tarefas da lavoura e da

pecuária.

O fruto de seu trabalho era, todo

ele, comercializado em vendas e

bitacas da região. Era, pode-se di-

zer, um vitorioso empreendedor

que sabia movimentar bem a pe-

quena fazenda, razão por que lhe

sobravam uns bons mil-réis para,

à falta de umposto bancário no lu-

gar, fazer eventuais empréstimos

a pessoas de sua confiança.

Foi assim que, um dia, jovem

conhecido procurou-o em busca

de ajuda. Só que não era dinheiro

pouco para um simples emprésti-

mo particular. Mas, em se tratan-

do de pessoa altamente confiável

e membro da família muito dis-

tinta da cidade, onde todos se co-

nheciam pelos apelidos, meu avô

não hesitou em liberar a quantia

solicitada.

Como era praxe naqueles riso-

nhos tempos, um singelo recibo

sacramentava o acordo, sem o

ritual de testemunhas, fiadores

e carimbos de cartório. Tudo era

celebrado sob fraterna confiança,

sendo raros os casos de calote.

Pois bem, o rapaz explicou a

meu avô estar disposto a ajeitar a

vida em outras bandas; aplicaria

o dinheiro em negócios que ele

vislumbrava como rendosos. Pro-

meteu a si mesmo um dia voltar

vitorioso e próspero e saldar a dí-

vida, devidamente corrigida com

os juros. Com um meio sorriso de

admiração, o credor desejou êxito

ao aventureiro, dizendo-lhe que

não se preocupasse com o paga-

mento, afinal “sabia com quem

estava lidando”.

Aconteceu o imprevisto: o ra-

paz simplesmente se enfurnou

pelo mundo, a ponto de nem os

parentes mais próximos saberem

o seu paradeiro. Todos passaram a

conjecturar desgraças, a exemplo

de uma extorsão ou até mesmo de

um possível latrocínio.

O incômodo sumiço ia varando

o tempo – dois, cinco, dez, quinze

anos – e nenhuma notícia relacio-

nada com o moço. Lá pelas tantas,

vô Jacinto passou a cultivar a ideia

de um bem-tramado golpe, che-

gando a dar o caso do empréstimo

por águas passadas. “Vem de onde

menos de espera” – deve ter pen-

sado com seus botões.

Ora bolas, quemhaveria de ima-

ginar que, de repente, o rapaz do

empréstimo reapareceria, ainda

que transfigurado pelo estigma do

tempo? Sem a barriga roliça, rosto

afinado, poucas mechas de cabe-

los grisalhos...

– “Seu” Jacinto, o senhor está

lembrado de mim? Aquele rapaz

do empréstimo... Tanto tempo,

hein? Olhe, trouxe o seu dinhei-

ro. Aqui estão também os juros,

que mandei calcular. Me desculpe

pela demora. Sei que não fui cor-

reto, foram as contingências... – e

entregou-lhe um gordo embrulho

com o seu nome.

Seguiu-se afetuoso aperto de

mãos, tudo num clima de paz,

sem nenhum sermão por parte do

velho Jacinto, mas muita gratidão

por parte do agora próspero pecu-

arista.

(Explicação à parte: o tomador

do empréstimo havia morado

todo aquele tempo num cafundó

de Mato Grosso, onde comprou

terras baratas, passou a criar gado

de raça, fez fortuna, constituiu fa-

mília e onde ficou para sempre.)

Pedro Moreira é professor de Por-

tuguês, revisor, consultor, autor dos

livros “Casos & Coisas do Pará An-

tigo”, “Cronicontos” e “O Pássaro e

a Dona & Outros Textos”, coautor

da coletânea “Pará de Minas, meu

amor”.

O empréstimo