Trabalho sob Pressão




Rodrigo Marinho
Os profissionais precisam lidar com prazos, metas e resultados de forma satisfatória para construir uma carreira sólida, recheada de promoções e reconhecimento. No entanto, as pessoas lidam de modo diferente com a pressão no trabalho, dependendo da natureza da função, da personalidade da pessoa e da forma como as situações de estresse são postas na relação empresa e empregado. E quando se fala em estresse, existe uma banalização com relação ao seu conceito. É preciso quebrar alguns mitos. O primeiro mito é que o estresse é sempre algo negativo. Procure sempre dar resposta às diferentes demandas características do seu ramo de trabalho sem perder o bom humor: às vezes falamos com uma pessoa ao telefone e, ao mesmo tempo, outra nos apresenta um relatório para ser analisado e uma terceira, como por exemplo um lojista, pede informação. Procure fazer tudo isso sempre com um sorriso no rosto. Para além do senso comum, o estresse é um mecanismo natural do corpo que permite as pessoas reagirem às ameaças ou situações extremas. “O estresse zero é a morte”, alertam os especialistas.

Um nível razoável de pressão/cobrança é necessário para que as pessoas se sintam estimuladas a crescer profissionalmente, o que resulta em bônus para a empresa e um sentimento de realização para o funcionário. A ausência de estímulo é tão ruim quanto o excesso. Alguns estudos mostram que o estresse da monotonia pode ser tão prejudicial quanto o estresse da agitação (que é o mais comum).

O segundo mito é de que as pessoas precisam estar constantemente sob pressão para que possam dar resultados. Quando o estresse é constante e contínuo o organismo não tem como se refazer. Não é bom que o profissional fique ligado à tomada 220 o tempo inteiro. Há cerca de 30 anos, os fatores de estresse eram mais visíveis e concretos. No entanto, a aceleração do processo de urbanização e o aumento crescente da violência contribuíram para o aparecimento de fatores subjetivos que, muitas vezes, atingem o profissional sem que ele perceba. Os medos, a insegurança e a baixa auto-estima são alguns exemplos. Vale ressaltar que o estresse é sentido de forma particular pelo indivíduo.

O terceiro mito a ser derrubado é que as empresas precisam apenas de pessoas dinâmicas e agitadas. Os profissionais podem ser divididos em dois grupos: tipo A, pessoas que fazem muitas atividades , e tipo B, as mais tranquilas. Os processos se seleção precisam identificar qual o melhor perfil para determinada situação. Por exemplo, um setor de telemarketing precisa de pessoas que não sejam suscetíveis alo estresse. Os indivíduos do tipo A são mais suscetíveis ao estresse e, em geral, se frustam quando não conseguem realizar uma multiplicidade de atividades no ambiente de trabalho. Já quem é do tipo B lida melhor com situações de pressão. Para lidar bem com as cobranças, é preciso entender o perfil do indivíduo, os aspectos culturais relacionados ao trabalho e a cultura da organização.

Autora: Márcia Maria Cruz
Fevereiro 2008